sexta-feira, 24 de julho de 2009

O Neo Pelego



No instrumental dos peões, pelego é um pano grosso e dobrado, ou uma pele de carneiro curtida, mas ainda com a lã, que se coloca em cima do arreio. O cavaleiro monta sobre o pelego antes de montar sobre o cavalo. Conforme o mestre Aurélio, pelego é: a pele do carneiro com a lã; pele usada nos arreios à maneira de xairel; indivíduo subserviente, capacho. É sobre essa última definição que quero comentar.
O termo pelego foi popularizado durante o governo de Getúlio Vargas, nos anos 1930. Imitando a Carta Del Lavoro, do fascista italiano Benito Mussolini, Vargas decretou a Lei de Sindicalização em 1931, submetendo os estatutos dos sindicatos ao Ministério do Trabalho. Pelego era então o líder sindical de confiança do governo que garantia o atrelamento da entidade ao Estado. Décadas depois, o termo voltou à tona com a ditadura militar. Pelego passou a ser o dirigente sindical apoiado pelos militares, sendo o representante máximo do chamado sindicalismo marrom. A palavra, que antigamente designava a pele ou o pano que amaciava o contato entre o cavaleiro e a sela, virou sinônimo de traidor dos trabalhadores e aliado do governo e dos patrões. Logo, quando se chamado de pelego, significava que a pessoa era subserviente/servil/dominada por outra, ou seja, capacho, puxa-saco, bajulador.
Mas como se pode definir esse trabalhador que se acovarda, que aceita tudo o que o patrão e o governo querem, sem questionar? Pelego é trabalhador que se deixa montar pelo patrão e/ou pelo governo; é o que não consegue reagir frente à humilhação; é quem não luta por seus direitos, por medo das conseqüências; é o pusilânime que se esconde atrás de desculpas esfarrapadas para justificar a própria covardia; o que não tem coragem de lutar, o(a) COVARDE, enfim, o que se esconde atrás daqueles que lutam, aproveitando da peleja alheia como um parasita. Pelego é aquele trabalhador que não sabe o significado da palavra solidariedade, o egoísta que não consegue ver nada além de suas próprias e momentâneas necessidades; é aquele(a) que, terminada a greve, não consegue olhar nos olhos de seus companheiros, porque se sente uma sub-pessoa, uma não-gente, pois lhe falta uma parte essencial a todo ser humano que se preze: o brio, a coragem, o amor próprio, a nobreza de caráter, enfim.
Em tempos mais recentes, com a eleição do governo Lula, presidente originário do movimento sindical, os movimentos sociais foram cooptados e trazidos para dentro do aparelho do Estado, e lá eles se neutralizaram, se anestesiaram, se despolitizaram. O "oficialismo" tirou qualquer possibilidade de crítica e de reivindicação política. Os sindicalistas, militantes tornaram-se assim, em muitos casos, funcionários do governo. E agora, quem arbitra e decide tudo é o presidente. De fato, esses movimentos, os trabalhadores e muitos sindicatos confundiram a necessária postura de autonomia que deveriam manter em defesa dos direitos dos trabalhadores, e não souberam lidar com esta realidade. Tornaram-se parceiros, associados do governo e dos patrões, chamados agora de neo pelegos. Todos irmanados no mesmo interesse, como se fosse possível apagar, negar as classes sociais. Como se não existisse mais o capital e o trabalho. Existe maior embuste? Sem deixar de mencionar que tiveram mais recentemente, aprovado o imposto sindical, e que recebem recursos financeiros de vários Ministérios e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Só a militância crítica há de nos livrar da sina de ser neo pelego. Afinal, a gente pode até morrer teso, mas nunca perdendo a pose. Tudo pode ser tirado, mas não se pode tirar a coragem de lutar de uma pessoa decidida. Recuso-me a sair da militância política pela construção de uma sociedade justa, solidária, que leve em conta a humanidade dos homens e mulheres em qualquer parte do mundo. Não é esta a grande e universal luta dos trabalhadores?
Ser neo pelego? Nenhum trabalhador ou trabalhadora jamais deveria passar por essa infâmia.


Heitor Scalambrini Costa é professor da Universidade Federal de Pernambuco

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Belford Roxo entra na era do G

Belford Roxo um município situado na Baixada Fluminense, Região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro entra na era do G .uma letra que nos dias atuais vem sendo motivo de discussões em todo mundo principalmente no Brasil,esta letra e a inicial da palavra grupo,que por sua vez quer dizer reunião, agrupamento,lugar de destaque ou seja muitas destes conceitos.por exemplo um dos Grupos mais falados nos últimos dias foi o G-20,que significa a reunião dos 20 países mais desenvolvidos do mundo,que discutem entre seus chefes de Estados os caminhos para o final da crise financeira,e econômica mundial,e não menos importante temos o mais conhecido Grupo do mundo creio eu que e o G-8 que e formado por oito potencias mundiais tanto econômicas quanto bélicas.
No Brasil temos um grupo que e muito almejado, um pouco menor que os anteriores ele e composto por apenas quatro, mas não estamos falando aqui de estados, municípios ou regiões,mas sim sobre o Futebol este e muito conhecido como G-4,que são as melhores equipes colocadas do campeonato Brasileiro, que Dara o direito de jogar a copa libertadores do próximo ano. Muito se fala em G-4 por aqui entra na zona sai da zona de classificação. Mas não e desta zona que queremos falar, ou melhor, não comentaremos sobre futebol mais sim sobre Belford Roxo como começamos escrevendo esta matéria que o mesmo entrou na era do G,mais será que o tal do 3-G que a maioria das operadoras de telefonia celular esta utilizando para conectar –se a internet ou será uma nova tecnologia,outros já acham que podem ser uma nova gripe, ou pior um novo vírus infecto contagioso.
Não e nada disso o G por aqui tem o nome de G-13 ai você pode estar se perguntando deve ser porque o Partido dos Trabalhadores ganhou as eleições neste município, ou este grupo deve ser devoto de São Jorge, nada disso também, este e formado por um grupo de 13 vereadores desta cidade, até ai tudo normal seria um grupo com ideologias ou identificação uns com os outros, mais vai alem disso e um grupo que fala em união, em mudança, em combater a corrupção, limpeza no legislativo e por ai vai,seria muito bom se isso fosse verdade,pois e para isso que foram eleitos pelo povo.
Entretanto não foi isso que eu vi em uma seção da casa do legislativo daquele município, que diga de passagem tem outros seis vereadores, mas estes não querem ser intitulados como grupo dos seis. Quando eu falo que eu não consegui ver na pratica todo este discurso, porque muitos dos representantes deste tal grupo subirão ao plenário da câmara municipal de Belford Roxo para votar um projeto sobre reajuste salarial dos servidores municipais, e tomaram a palavra. Não quero aqui fazer nenhum juízo de valor, sei que na política você não precisa ser letrado para exercer, mas ali se viu um despreparo muito grande, vou citar alguns discursos de vereadores que falaram assim. ”nós somos a maioria no caso um integrante do grupo dos trezes, então a maioria não se discute se vota”. Outro foi quando o vereador Taiano disse “o presidente desta casa por ter a maioria ao seu lado muda o regimento quando ele quiser”.
Mais sem sombra de duvidas a fato que mais chamou a atenção naquele plenário foram os discursos do vereador Marcinho Bombeiro que nem e bom colocar aqui pois temos muito respeito ao nosso leitor,coisa que ele não pareceu ter com seu eleitor nem com seus companheiros de câmara,utilizando palavras chulas, ou ate ameaçando vereadores que tinham opinião contraria a dele,como por exemplo,”eu não tenho medo de ninguém se vierem vão ganhar chumbo grosso “,ou “se colocarem faixas na cidade contra o grupo dos trezes eu faço questão de ficar de plantão de madrugada e passar com meu carro lambendo eles” no caso ele ameaça em atropelar qualquer pessoa que fizer manifestação contraria a ele ou ao seu grupo.
Gostaríamos de estar aqui falando em debates na câmara de vereadores mais qualificados ou com um grau de respeito maior a população desta cidade,que o desenvolvimento do município não seja impedido por interesses pessoais ou por desqualificação de nossos representantes,veremos nos próximos dias se esse grupo continua mantendo este discurso,que no caso pra muitos já esta sendo visto como um falso moralismo.
Rafael Andrade